Iremos, vai.

Tamos começando mais um texto. Mano, iremos falar sobre palavras que surgem do nada, e vai, se espalham rapidamente em efeito viral. Irão aparecer ironias, com as palavras destacadas neste horroroso início. Palavras que aparecem repetidamente em múltiplas formas de comunicação. Posso citar como exemplo emails corporativos, mensagens de whatsapp, mensagens publicitárias e até no meio das narrativas no dialeto mais rebuscado (e tosco) que existe, o juridiquês. Até o momento, também como exemplo, não encontrei o início do uso das palavras: iremos e irão. Quando começou o viral de pessoas usando IR e sufixos variados, realmente não tive tempo de procurar, mas, posso imaginar que tem algo na literatura, sites e livros.

Houve uma primeira vez onde percebi esta tolice com as palavras citadas. Foi em um email corporativo, comunicação formal, com algo parecido a: “No próximo mês, iremos fazer…”. O uso da palavra iremos neste caso foi inédito e trouxe uma dúvida: será que a pessoa emitente do email estava considerando que iremos é uma forma culta ou “chique” de falar vamos? Tendo convívio com a pessoa que escreveu o email, conhecendo o perfil e o “jeitão” dela, tentei sem sucesso entender o porquê de não ter composto o mesmo email com as seguintes palavras: “No próximo mês, vamos fazer…”. Existindo a palavra vamos, por qual tolice alguém inventaria a junção de ir com emos? A palavra vamos é de uso formal ou informal e trocando por outra, não vai deixar a frase mais intelectualizada, refinada ou a pessoa que escreveu com “ares de suuuuper culta”.

Pouco depois do tal email recebido, as palavras iremos e irão começaram a me perseguir, surgindo o tempo todo em tudo que eu leio e ouço. (Alto grau de ironia na frase anterior) Mas, sinceramente estou com muita curiosidade sobre a origem desta tolice. Se temos as palavras vamos e vão, inclusive na linguagem formal, usar iremos e irão, deve ser uma das tolices que escancara o emburrecimento acelerado pelo efeito manada. Igual ao uso das palavras tamos e vai. Quando ouço uma pessoa falando tamo junto ou repetindo o formato clichê com a palavra vai entre frases, fico em dúvida do leva a esta bobagem explícita. Seria somente a tolice de usar a palavra e expressão em si ou seria uma tentativa de ser popular? Antitolice será a autocrítica de quem espalha estas coisas. Pode ser inclusive a partir de uma pergunta simples feita pela própria consciência: por que estou fazendo isso?

Tamo junto na reflexão, iremos chegar a uma resposta, vai, irão surgir formas de evitar esta tolice. Vamos sim, sendo otimistas e persistentes.

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