Tendências.

             Tendência ao desprezo. Pode ser por instinto de sobrevivência ou talvez o aprendizado mais rápido, trouxe maior e melhor entendimento de ação e reação. Pouco importa a motivação, há sinais de um jeito diferente de viver a vida. Aos que envelheceram mal, sobrou mostrar resistência, óbvia e de fácil justificativa: medo diante de algo que não se tem informações suficientes. E outras palavras, com medo do que não conhece e não entende, tenta convencer aos outros que é ruim, perigoso. Tolice.

             O bom entendimento aqui para tendencia, é de pode acontecer, não de certamente vai acontecer. Tende a ser desprezada a envelhecida ideia de conflitos banais (guerras) sob bandeiras que não representam a maioria e sua realidade. Está sendo abandonada a supervalorização das fronteiras físicas, o orgulho de um local e suas regras que podem limitar a capacidade humana de viver bem, ser feliz.  Sinaliza tendência de desprezo, o desinteresse no trabalho com muita entrega ao “patrão”, pouco retorno ao “servo”. Sinais claros de que o ciclo de um período da história está sendo encerrado, discretamente. Por que ficar trancado dez, doze horas em uma área parecida com uma caixa, sabendo que a vida acontece lá fora? Por que alimentar a diferença surreal entre o ganho dos “donos” e a “esmolinha” aos funcionários? Ao encontrar a resposta e alternativas reais, começa a tendência da temida ruptura, o fim de um sistema que parecia consolidado e perene.

             Superioridade até tem espaço de reconhecimento, este é melhor que aquele, talvez melhor que eu, isso tende a continuar existindo, com a diferença de não ser prioridade, um objetivo, uma obsessão. Ser a melhor versão de si mesmo é diferente de competir o tempo todo para ser melhor que outro. É uma das antitolices e tende a ser uma prática natural. A anterior envelhece mal, perde o sentido e não atrai seguidores. Conquista real é superar-se, vencer em competição com outras pessoas, é reservado ao esporte. Alto nível é uma busca, autoconhecimento uma meta e a felicidade aparece em momentos diversos, incluindo aqueles que não precisam de coisas materiais, precificadas.

             Resíduo de obsoletismo, sempre existiu e tende a não ser diferente. A prova está na presença, felizmente de poucos e adoecidos, que insistem na besta ideia de raça superior e outras imbecilidades que o ser humano foi capaz de conceber, como visão de sociedade e convivência. Morrem os mentores, mas, idiotas sustentam estas ideias impedindo a extinção. Isto não tem como ser eliminado, apesar de ser perceptível o nojo, a repulsa quando aparece alguém capaz de mergulhar no chorume que sobra ao ser entendido o conceito, as práticas, a história destas porcarias. Exemplos clássicos: ditadura, “nazidiotismo”, apartheid, colonização, escravismo. Exemplos não convencionais, mas, que tendem a provocar igual nojo e desrpezo: monopólios, desigualdade social, “políticos” (atuais cargos eletivos), exploração financeira (recorrência, juros compostos), xenofobia, falsos religiosos, corruptores, entre outros que tendem a ser percebidos como lixo.

             Liberdade tende a também livrar-se do que atrapalha o bem viver. Ver na outra pessoa um ser igual a si, somando quando há afinidades, deixando seguir quando não alinhou. O passado tende a ser referência somente enquanto não se descobre em sua verdadeira face, algo que contraria a nova lógica. Fato que enfurece os guardiões do que estava nos levando a resultados socialmente ruins, com os caminhos e métodos agora melhor entendidos. Tendência de dificuldade aos que vendem uma imagem lustrosa, com história sombria, manchada. Aquilo que era possível sustentar por longos períodos no tempo, neste perfil “pega trouxa”, tende a desmoronar mais rápido em sua própria fragilidade, quebrando uma das colunas de sustentação do que será atrativo: a verdade.

             Do fluxo forçado, prejudicial a maioria em benefício de poucos, tende a sobrar registros e alertas. As pessoas tolas que neste momento aceitam qualquer porcaria, com a sensação de pertencimento, fazendo a vida fluir no embalo da maioria, felizmente tendem a despertar. Ainda há um ponto em que ao acordar, por vergonha ou dúvida, a pessoa não muda de direção, prefere sustentar mesmo sabendo do engano. Ao viver em tempos de melhores entendimentos, diferente aprendizado e descolamento da velha ordem, o caminho não parece repetir as referências duvidosas e manipuladoras. Perguntas diferentes estão trazendo respostas incômodas aos que viveram pensando somente em si, no que se ganha agora e dane-se quem virá depois. Ponto de ruptura.

             O clichê “geração atual” ou “essa nova geração”, tende a ser frase mais do que saudosista, velha e inútil. Identificar pela idade, tende a ficar inviável, a sociedade e seu comum parece que será diferente, sem necessidade de rotular, classificar. Na mesma ação, mesmos hábitos e reflexos, tende a existir pessoas com vinte, quarenta ou oitenta anos, sem relevância alguma sobre onde, quando e como nasceram. Menos pessoas ao mesmo tempo no planeta, já se mostra algo óbvio, apavorante aos que só conseguem imaginar a vida se estiver vinculada ao consumo ou geração de renda. Tendencia ao caos passageiro, enquanto evapora a busca pelo poder e o custo em vidas disfarçadamente escravizadas, que sem elas não se alimenta o beneficiário. O desprezo ao jeitão industrializado de pensar, agir e viver, está nítido. Agrupamento não declarado, sonegando a atual necessidade de aparecer ao controle. O ambiente tende a mudar. Melhor.

             Peço ao Deus que comanda estas tendências, que eu seja contemplado com a vida e lucidez, para ver e viver o que parece será muito bom. Quanto tempo para acontecer? Tendência de rapidez, sem pressa.