O tempo, como fator de entendimento de como vai a vida e a quem ele está entregue. É uma percepção incômoda, excluída da lista de prioridades e distante da vontade de pensar sobre isso. Agora não é hora, a quem não pode sequer começar fazendo o básico, que é uma análise bem simples tendo como objeto o próprio tempo. Longe de complicar com a etimologia, com o pensamento dos filósofos antigos e atuais, bem longe de buscar em Einsten e outros físicos a explicação sobre o tempo. Apenas analisar um pequeno espaço entre o automatizado, o urgente, prioritário e o respiro que pode conduzir a percepção do que estou fazendo, algo como este mais aquele resulta nisso.
Abrindo os olhos, qual o comando que o teu cérebro recebe? Agora ou em qualquer momento. Vamos ao básico novamente, ao simples, o despertar. Tão logo aconteça, há uma sequência obrigatória programada, para dar tempo de fazer tudo o que deve ser feito? Posso ler a tua resposta à distância. Sinal de organização, produtividade, gestão do tempo, foco, comprometimento. No final do projeto, virá a recompensa. E durante, o quê ou quem está beneficiado?
Poucas pessoas estão neste momento no comando do próprio tempo e ao ler o que escrevo, tudo lhes parece uma grande tolice. Para as outras, a chata sensação de que sabem onde pretendo chegar. Confesso, “meu tempo” agora, também é figura de linguagem. Mas, respirei e ao abrir os olhos, deixei meu cérebro adiar a sequência programada. A quem estou servindo?
Este meu respiro, caso fosse o último, me deixou incomodado. O que fiz do meu tempo, desde o primeiro? Por ter muitas primaveras vividas, se foi bem aproveitado, não estou convencido. Por isso entendo que desligar o automático é básico, simplesmente pela lógica. A produtividade foi inventada para dar sentido a troca de migalhas pelo valioso tempo. A gestão dele só faz sentido a quem o comanda e decide o próximo passo. Foco se for em algo que é meu, fortalece, mas, no que é dos outros, alimenta a riqueza deles. Compromisso para ser uma peça da engrenagem alheia, não serve para movimentar a própria máquina.
Quanto tempo trocado por nada. Ao respirar, poderia ter uma deliciosa gargalhada, um seria prêmio imensurável. Melhor será quando a menor fração de tempo, proporcionar a melhor sensação de prazer, alegria, estar bem e “de boa” com o que fortalece o melhor da alma, a paz.
O resultado da análise simples sobre o próprio tempo, traz a tua mente com nitidez a resposta sobre quem se alimenta daquilo que estás fazendo. Adiar esta paradinha que permite a percepção do que o próximo passo está gerando, é uma grande tolice. É uma Fonte de conflitos, de caminhos errados, desperdício do que te foi dado de graça. Quanta ansiedade seria anulada com o entendimento sobre a quem ela vai servir.
Ocupando o tempo para que ele esteja o tempo todo ocupado. Estará certamente entregue a algo ou alguém. Percebemos com clareza? Não sei. E assim, como vai a vida? Sem a percepção sobre o tempo, qualquer resposta serve.
