Problemas complexos, exigem soluções complexas. Ótima frase para fugir de perguntas embaraçosas. Sabemos desde sempre que nem tudo pode ser simplificado e está começando a ficar nítido, que não precisamos promover assuntos a complexidade, para validar uma idiotice. Ficou complicado de entender?
Fazer ou falar o simples é uma coisa complexa para quem precisa dar uma enganadinha. Observe a seguinte pergunta: como resolver a desigualdade no mundo atual? Não é necessário muito esforço para lembrar quanta gente já respondeu: “não existe receita de bolo, problemas complexos, exigem soluções complexas, se fosse simples estaria resolvido”. Escondida neste pedido para mudar de assunto, pode estar a vontade de romper o padrão e responder com sinceridade, algo como: “não será resolvido nunca. Todos sabem o que fazer, é questão de matemática, lógica, ética.”
Sair do padrão tende a tumultuar a organização prévia e gerar desconforto, normalmente também traz reações. Sabendo desta obviedade, entrará em cena uma outra padronização, aquela de pesar o quanto ganha e o quanto perde com o rompimento. Não é difícil de entender do que se trata este minitexto e a proposta contida em todos os anteriores. Identificar e evitar a tolice. Simples, como receita de bolo da vovó.
Depois da percepção de ter sido vítima de tolice aguda, o melhor a fazer é simplificar, reconhecer e se possível não tocar mais no assunto. Quando alguém relembrar, o melhor a se fazer ainda é assumir que fraquejou e se for o caso, desculpar-se. Logicamente, esta atitude vale somente quando o assunto não seja um crime cometido, onde pagar pelo que fez é obrigação inquestionável.
Em especial, identificar que a indução a tolice pode vir de quem domina as reações humanas e usa com maestria a tal passionalidade. Não é raro alguém se entregar a uma manipulação, por se permitir a sedução ao que parece tão belo, tão perfeito que também parece fazer sentido. Promover assuntos a complexidade onde ela não existe, é uma arte antiga, encanta, seduz.
E se o problema não é teu, mas, é apresentado de forma bem interessante e te seduz, te convence a escolher um lado da história. Vai levar mais tempo para que a percepção te livre da tolice. Tocaram no ponto fraco, as paixões. Largar de uma paixão é problema complexo que exige solução simples, mas, dolorida. Escrevo no momento da história em que pessoas estão seduzidas por guerras idiotas. Toda guerra é idiota. Quem se apaixona por cenas de guerra, sem perceber, foi seduzido, emburreceu.
Pessoas de inteligência admirável, demonstrando a tolice de apaixonar-se por movimentos, estratégias, equipamentos e cenas de guerra. Nada é mais urgente a estas pessoas do que o despertar. Ao receber a pergunta embaraçosa: “de que lado tu estás?”, deixe a tolice passar longe da resposta e simplifique, rompa o padrão, saindo da idiotice de tomar lado em uma guerra. Os dois lados de qualquer guerra estão em igual idiotice. Seja pessoa famosa ou pessoa anônima, a tolice aguda quer te dominar. Toda guerra é idiota, escolha participar ou não. Todas as guerras precisam de papagaios repetindo idiotices, com paixões afloradas. As aves são inocentes, repetem por instinto. E tu?
